Adoro viajar e de todas as formas possíveis. Lendo um livro,
navegando pela internet, observando uma tela, uma foto, e até mesmo visitando
uma nova cidade, sempre uma nova cultura a ser desvendada.
Estava olhando a imagem de fundo do blog e imaginei o que
aquelas paredes já não presenciaram...
Cada quadro pregado na precisão imperfeita para agradar a
dona daquele lar. Cada lasca na parede deveria ter um significado, uma
lembrança do filho jogando bola e sujando-a com as marcas dos rebates, o
empurrar desastrado de uma cadeira para colocá-la no seu devido lugar quando se
está limpando a casa com pressa.
As marcas de copos na mesa de madeira feitas durante as
refeições familiares ou na “sobremesa” com os amigos depois de um bom almoço de
domingo. Imagino essa mesa de madeira nobre desgastada pela ação do tempo, com
as aquelas veias a mostra, cheia de presença de vida vivida.
O cheiro do café fresco coado, mas coado com água que foi
fervida numa chaleira azul de ferro e passado no coador em cima do bule. Não
naquela máquina da Nespresso que temos e colocamos o sache escolhido entre o
fraco, o forte ou aromatizado com seu lá o que. Minha imagem até permitiria aquela cafeteira italiana antiga onde colocávamos
o pó de café e a água na parte de baixo...
Isso me lembrou minha avó materna agora, ela sempre fazia
café com leite a tarde e nos servia juntamente com os bolos fresquinhos tirados
do forno, ai aquele bolinho de chuva que só ela sabia fazer, e suas rabanadas,
rocamboles recheados com as compotas de frutas que ela mesma preparava ... Não vou
nem me atrever a dizer a delícia que era o seu bolo de nozes ... Aaaaaai !!!! Quantas saudosas lembranças,
não só das guloseimas, é claro, mas daquele carinho de avó que só quem teve
sabe como é bom .
Volto agora para a minha sala, integrada a cozinha deste espaço bucólico, com
um sofá de couro preto desgastado de tanto que já foi usado, macio, muito
macio, cheio de almofadas de veludo cinza chumbo, onde já se deu muitos amassos
no namorado aos domingos a tarde, sempre
com a avó de rabo de olho nas mãos do rapazote kkkk. Que delícia isso!!!
Também tem a imagem que vejo pela janela da cozinha, onde
estou sentada a mesa tomando meu café, feito pela minha avó, e comendo tudo que
sinto saudades do que só ela sabia fazer, um jardim pequeno num dia frio e com
neblina, igual quando acordamos aqui em Mogi e vemos aquela névoa, repleto de
vasos coloridos e de variados tamanhos com rosas cor de rosa, orquídeas brancas
e violetas magentas. Nenhum igual, todos diferentes mas com aquela harmonia de cores românticas.
Esquento minhas mãos na xícara de café e acendo um cigarro,
olho para janela e vejo minha avó sorrindo entre as flores que ela tanto
gostava, e digo que a amo e sinto sua falta. Ela me acena com um sorriso doce e
se vai.
Volto para meu computador e retorno a minha realidade sentido
a emoção aflorar, e permito então que as lágrimas rolem pelo meu rosto, com a certeza de ter passado alguns segundos
com ela agora.
Beijos vó Tetê...
Rodapé: gostaria de compartilhar com vocês que eu mesma me surpreendi com o rumo tomado por este texto, simplesmente segui o vento e o cheiro das flores...
Maravilhoso!
ResponderExcluirViajei com você!
Maravilhoso!
ResponderExcluirViajei com você!
Que legal!!!! Que bom que gostou, fico feliz de verdade. Beijos mil
ExcluirQue legal!!!! Que bom que gostou, fico feliz de verdade. Beijos mil
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