quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Vida nova no velho mundo

Fazia muito tempo que não aparecia por aqui mas depois de vários dias caminhando e conhecendo minha nova cidade, Madrid, resolvi dar um descanso para meus pés.

Apesar de estar morando aqui ainda me sinto um pouco turista porque a cidade segue me encantando, sempre quero ver mais, andar mais, conhecer mais.

E claro, como estou em processo de documentação ainda não posso trabalhar nem começar meu mestrado. Mas meu caso é fácil sou casada com espanhol então tenho direito de viver aqui, é só uma questão de tempo e muita paciência. Meu marido passou por tudo isso quando vivíamos no Brasil.

A diferença é a organização, tudo com agendamento prévio, e tem o Colegio de Advogados que prestam serviços gratuitos para te orientar.

Entrei em vários grupos de brasileiros que moram por aqui e trocamos bastante figurinha, tem muito brasileiro ilegal com medo de ser deportado. Mas também tem casos de sucesso de pessoas com crescimento na carreira profissional e em áreas muito especificas de leis e tributos. Planejamento é fundamental para se mudar de país.

Tirando essa parte burocrática, pela qual tenho que de fato fazer, está sendo muito enriquecedora a experiência. 

Como arquiteta, cada dia preparo um roteiro específico de caminhada e quando vejo algum lugar bacana esqueço do roteiro e me permito curtir livremente. Como moro aqui posso fazer visitas aos museus nos dias gratuitos, mas como é férias está sempre tudo muito lotado de turistas porque os madrileños estão na praia. Vou ter que me conter e esperar por setembro. Até tentei uma no Monasterio Descalzas Reales e mesmo chegando as 10:15 já estava esgotado para entrar pagando.

A Fundação da Telefonica sempre tem exposições free, ontem fui em três e a de impressão 3D me surpreendeu. 

Adoro fazer supermercado, nosso feijão ainda não encontrei, tem de vários tipos mas o rosa e o carioquinha ainda não vi por aqui. Os preços variam, tem coisas como os aspargos e as alcachofras que são caras no Brasil aqui é mais barato, o vinho nem se fala muito acessível e a cerveja o mesmo preço.

Transporte só uso o público, adoro, muito bem estruturado. O carro não faz falta nenhuma, pelo menos agora no verão. Os equipamentos urbanos são ótimos, tudo muito prático. 

Tem um app que te fala em quanto tempo chega o ônibus, existem pontos de ônibus que possuem um letreiro eletrônico que já informa o tempo de cada linha assim como em todas estações de metro.

As lixeiras são todas separadas por tipo de descarte e a preocupação com o vidro é enorme. Como em qualquer lugar tem sempre um espirito de porco neh? Outro dia tinha uma senhora com caixas de papelão, ela foi até a lixeira e deixou ao lado...custava desfazer as caixas e colocar dentro?

Enfim, vamos que vamos, aprendendo a cada dia, buscando ser feliz hoje, no caminho.






sexta-feira, 17 de março de 2017

Hora da xepa


As 18:30 ligo para meu marido e pergunto: "E aí, vendeu algo?", ele diz: "uma tortilla".

Não fui trabalhar na feira com ele hoje porque nosso filhote não tinha com quem ficar e meu pé estava doendo.

Para quem não sabe trabalhamos com Chef em casa de comida espanhola e para divulgar mais nosso trabalho na comunidade onde moramos resolvemos participar de uma feira local e, claro dar uma aumentada na receita.

Tudo começou como uma brincadeira e agora é nossa profissão. Como somos apenas nós dois, o trabalho é bem puxado. Dividimos as tarefas da nossa empresa e de casa. 

Em casa ele faz as compras de supermercado, é o motorista oficial da família, quando ele cozinha eu lavo e vice-versa. Eu sou responsável em dar uma geral na casa, mas todos contribuem para que ninguém se sinta sobrecarregado.

Na empresa, faço toda parte de criação, divulgação, planilha de custos e na prática o mise en place. Maridão segue responsável pelas compras de tudo e claro é o chef, cozinha. A parte comercial, é responsabilidade dos dois.

Mas o mais bacana de tudo isso é que nos ajudamos mutuamente não só nas tarefas mas no apoio moral, quando hoje tudo parecia perdido na feirinha, um levantou a peteca do outro. Não desanimamos, e conseguimos vender tudo. 

Ainda temos um longo caminho de aprendizado em tudo, mas a peteca não pode cair nunca nem mesmo na hora da xepa.





segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Explorando um novo universo


No mundo todo as mulheres usam e abusam dos acessórios na cabeça, coisa que não vejo muito por aqui. 

Uma coisa é fato: brasileiras não têm hábito de usar chapéu. Talvez seja algum motivo cultural; nos anos 20 era comum e, com o passar do tempo, se tornou coisa de vovó. Entretanto não podemos negar que a moda chegou tímida há, talvez, dois anos e tem ganhado força a cada verão. Em cidades litorâneas, eles são vistos com mais frequência. Nas demais, nem tanto. Atualmente, as mulheres que usam chapéus são consideradas mais ousadas no que diz respeito ao visual. O que não deixa de ser verdade. Incluir esse acessório na produção é garantia de sucesso. Ou vai dizer que uma mulher andando, por exemplo, no centro de alguma cidade não chama atenção? Em muitos casos, o chapéu torna o look tão diferenciado que a mulher fica poderosa.

Porém, mais que um adorno, é bom lembrar que o uso desse acessório é muito importante em um país como o nosso. Ele é essencial para manter a pele bonita e, sobretudo, saudável. Ao lado do filtro solar, o chapéu, que pode ser até um simples boné, deveria fazer parte do nosso dia a dia, principalmente nessa estação, em que o sol está sempre ali, pronto para queimar nossa pele.

Além do chapéu, adoro os turbantes, os lenços enrolados de formas diferenciadas e faixas coloridas, que além de serem muito utéis no meu caso quando cozinho, dão um charme muito especial ao look mesmo estando de calça jeans e camiseta.

Desafio vocês a usarem esses acessórios tão pouco explorados por aqui. Somos tão criativas e tenho certeza que podemos criar tendência pelo mundo afora com nosso charme brasileiro.

Seguem looks que curto muito. Vamos lá, inspirem-se !!!!!

















sábado, 24 de setembro de 2016

Meu encontro comigo

Sentei no sofá agora, sábado a noite, depois de um banho bem gostoso, me sinto plena, relaxada, feliz.

Aquele aroma de frescor de banho que dura pouco mas é tão bom assim como o lençol recém trocado. Existe melhor sensação que colocar a cabeça no travesseiro com aquele cheirinho de lavanda? Me sinto assim, num campo cheio de alfazemas, a predominância do lilás em harmonia com o azul do céu em um dia de sol. Caminho nesse campo com uma leveza que parece que estou levitando. Sinto até o calor do sol me aquecer. Como é bom !!!! Uma brisa suave traz todo o aroma do campo em minha vida.

Consigo transitar entre meus mundos mesmo acordada. E esse ir e vir, me encanta, vou longe. E é assim que me encontro.

Estou na sala de TV com ela desligada. Sinto necessidade, as vezes, desse silêncio, de estar comigo mesma. Somente a luz do abajur acesa, adoro essa luz, sabe aquela amarelada bem fraquinha que parece estar a luz de velas. Tenho uma mesa de ferro antiga toda trabalhada, verde e redonda, bem a minha frente com meu notebook em cima onde escrevo agora. O sofá desgastado e confortável me abraça assim como meu pijama já muito usado e macio.

Um pijama novo não me daria tanto conforto como esse velho, já com os botões cor de rosa quase por cair, mas sua maciez tem memória. Memória de noites aconchegantes aninhada com filho no sofá, de estar agarrada com meu marido vendo tv na cama, coisas simples mas tão boas de viver. Na mesa de jantar de casa, sentada com minha mãe, em longas conversas, como sempre fazemos noite a dentro. 

A graça desse momento está na consciência do agora, sem vazio nem cheio, de perfeito porque eu respiro e existo. Sem culpas, sem mágoas, de gratidão por tudo que tenho. De ser eu mesma, sem medo, de me olhar no espelho e saber quem sou e como sou. De saber que tenho escolhas, que se não gosto de algo posso mudar de direção. 

Celebro agora a paz que encontro. Uma sensação gloriosa de estar de bem comigo mesma.

Essa luz me conforta, me dá esperança e temperança. Um equilíbrio e bem estar que há muito tempo não sentia.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Versatilidade é a palavra da vez

A crise chegou para muita gente e com certeza ela bateu na minha porta também. Mas o divertido dessa história é que como mãe, tendo um filho para criar, não posso sentar no sofá e me lamentar.

Então minha cabeça começa a funcionar em busca de alternativas. Mas sempre tendo como objetivo meu lado free, autonomia de tempo, dona da minha agenda.

Depois dos 40, não quero apenas pagar as contas e ter retorno financeiro do meu trabalho. Quero ter prazer na minha atividade profissional, seja ela qual for, e ter tempo para minha família.
Para isso, então, tenho, minha amiga, que ser versátil.

Adoro a criação, o desafio do desenvolvimento, seja ele um azulejo, uma casa, uma toalha, um logotipo.

A grana é o resultado final, mas meu caminho está sendo fantástico. E é isso o que quero, dar os passos felizes...

Arquiteta, cozinheira, designer, empresária, e tudo o mais que aparecer e me faça trabalhar feliz !!!!

domingo, 24 de julho de 2016

Livre para me amar


O tempo passa e eles crescem. A velocidade varia entre eles. O meu cresceu rápido demais em muito pouco tempo, adquiriu uma independência emocional que não sou capaz ainda de acompanhar.
Isso é muito bom para ele afinal teve que aprender a conviver em duas casas e não tem problemas com isso.

Em sua primeira longa viagem com o pai, ele tinha apenas 4 anos. Eu comecei a chorar dois meses antes e fui aprendendo a lidar com isso. Nesse última não chorei antes da viagem, e por incrível que pareça, nem no dia em que foi viajar. Muito pelo contrário, escrevi uma carta bem legal, pedindo fotos para que ele lembrasse de mim em alguns momentos da viagem.

Tenho trabalhado muito minhas emoções em relação ao meu nem tão mais baixinho e pequeno.

 Precisamos evoluir mas esse caminho não é fácil para mim. Sempre disse que quando nos acostumamos com uma fase, sem esperar ela muda radicalmente. Pois é. Agora estou 18 dias sem ouvir sua voz, sem nenhuma expressão ou manifestação de sua parte. E não teria valor nenhum para mim cobrar isso, gostaria apenas de ouvir um oi e uma historia da sua viagem. Tenho que aprender a não esperar nada, a vida tem seu próprio tempo.

Quando já não somos mais necessárias, quando percebemos que não fazemos falta, temos que respeitar e buscar um caminho de entendimento próprio. O desapego...deixar voar e voltar no seu tempo, seu tempo de amor.

Obvio que sei que me ama muito...

Apenas sinto muito sua falta, Leo. Te amo demais e a prova desse amor é te deixar livre de cobranças para ser como é e me amar como sabe amar.